Galeria Teo
Na análise do projeto proposto pela arquitetura, observamos que a fachada era inteiramente tratada com uma fina caixilharia, o que dava muita leveza para o resultado espacial da nova unidade do antiquário e deixando o espaço integrado ao seu contexto urbano.
Observamos uma interessante abertura zenital linear na parede longitudinal oposta à fachada.
Também notamos que a estrutura metálica de sustentação do piso do mezanino o deixava solto das paredes, para que a luz natural pudesse descer até o térreo.
Depois de fazer um estudo da iluminação natural levando em conta a orientação geográfica e os elementos do entorno, propusemos que uma nova abertura longitudinal também próxima à fachada, depois de estar assegurado que não haveria carga térmica com impacto relevante (a construção não prevê sistema de ar-condicionado, havendo apenas o tratamento por geotermia e o fluxo de ar pelas aberturas)
Partindo daí, concebemos o projeto de iluminação procurando deixar as passagens de luz natural destas aberturas sempre livres, por isso a iluminação geral se dá através do acendimento da parede longitudinal por rebatimento, através de barras lineares verticais com iluminação indireta, e distribuídas de forma integrada à modulação dos outros elementos verticais da arquitetura.
O efeito dessa iluminação criou o efeito de “fundo infinito” muito útil para imagens de divulgação dos móveis do acervo nas redes e publicações.
Na linha auxiliar da iluminação geral, para as regiões de maior densidade de móveis expostos, propusemos um sistema de trilho com uma luminária inédita no Brasil, desenvolvida em parceria com o fornecedor Lumini.
Trata-se de uma luminária para luz difusa, com fechamento em tecido tensionado, que dá um excelente acabamento à peça.
Apesar da luz ser difusa, a angulação da peça cria algum nível de direcionamento da luz, criando mais ou menos volume de luz de acordo com a posição dela no trilho, a possibilidade do deslocamento da luminária atende a dinâmica de exposições dos móveis, que varia muito com a disponibilidade do acervo.
No resultado global, o balanço das diversas posições dessa luminária distribuídas no espaço, cria um efeito cinético muito interessante.
Na frente da loja, que tem o pé direito duplo e onde ficam os móveis que precisam de mais destaque, utilizamos projetores de facho fechado fixado em barras verticais, que também atendem a área da vitrine suspensa.
Os objetos menores como vasos, abajures e esculturas ficam expostos numa estante cuja parede foi construída em concreto ciclópico, utilizamos uma das aberturas zenitais para instalar um perfil linear assimétrico, para o efeito “wall washer”.
A mesma parede recebe o efeito vindo por baixo pelo lado de fora, dando ênfase à sua textura.
Para o projeto de paisagismo (Rodrigo Oliveira), utilizamos projetores fixados nas frondosas árvores da calçada, proporcionando uma iluminação com aspecto natural na parte do jardim na frente da vitrine, e iluminação de ambiente para o terraço da galeria.
Assim como a primeira unidade do antiquário, que fica na mesma rua João Moura, no bairro de Pinheiros em São Paulo, Casa Teo , conseguimos resultados originais e soluções bem incorporadas ao projeto de arquitetura.
Arquitetura Gustavo Calazans
Paisagismo Rodrigo Oliveira
Construção Mariana Barossi
Fotografia Nelson Kon